Eles não sabem o que é coronavírus, pandemia, novo normal e outros significados tão presentes nos últimos meses. Mas, de duas coisas, essa turminha entende: amor e saudade. Para seguir o protocolo de distanciamento social, a Guarda Municipal suspendeu temporariamente as atividades dos animais do Grupamento de Cães. E os bichinhos da Cinoterapia que auxiliam no […]
Eles não sabem o que é coronavírus, pandemia, novo normal e outros significados tão presentes nos últimos meses. Mas, de duas coisas, essa turminha entende: amor e saudade.
Para seguir o protocolo de distanciamento social, a Guarda Municipal suspendeu temporariamente as atividades dos animais do Grupamento de Cães. E os bichinhos da Cinoterapia que auxiliam no processo terapêutico e de reabilitação de crianças, jovens e idosos também precisaram dar uma pausa, devido à covid-19. Com isso, a saudade desses “cãopanheiros” tão especiais e importantes foi inevitável.
“O que eles têm sentido mais falta é a parte afetiva desse projeto maravilhoso, desse trabalho. O carinho, a receptividade que os cães têm com eles e eles com os cães, isso está fazendo muita falta”, afirma Rosângela Dias de Oliveira, mãe da Juliane Venâncio, paciente da APAE-RJ.
A Cinoterapia surgiu no século XVIII, na Inglaterra. Estudos afirmam que o contato físico com os cães trazem benefícios psicológicos, sociais e pedagógicos para pacientes com doenças mentais, além de melhorias no sistema imunológico. Com as crianças, as atividades ainda estimulam a criatividade, a autoestima e facilitam a comunicação. Nos pequenos com síndrome de Down, autismo e paralisia cerebral, o tratamento contribui para a cognição, concentração e mobilidade, além de desenvolver a afetividade e reduzir o estresse. Segundo os pesquisadores, ao acariciar um animal as pessoas liberam endorfina, o hormônio que produz a sensação de bem-estar.
Os bichanos da GM-Rio também sentiram muita falta desse contato. Por isso, o Grupamento adotou uma nova rotina para que os 36 animais não ficassem ociosos neste período e para que todos pudessem aliviar essa enorme saudade. Os treinadores passaram a visitar com frequência os cães e, aos poucos, as atividades de adestramento foram retomadas.
“A visita dos patrulhadores aqui no canil é sempre muito importante para que esse vínculo sempre se mantenha forte”, diz André Cunha- veterinário dos cães da Guarda Municipal do Rio.
Os peludos mostraram que não esqueceram os ensinamentos e reforçaram, do jeitinho deles, o quanto essa parceria é essencial para o sucesso de todas as missões.
Alguns cães estão retornando gradualmente às tarefas nas ruas, com todos os cuidados necessários. Com o treinamento e o afago em dia, toda essa turminha já está preparada para o novo normal.