Profissionais da área de ciências geralmente têm interesse em pesquisa. Mas quando começou a trabalhar com divulgação, ainda estagiário no Planetário do Rio, em 1991, o astrônomo Luís Guilherme Haun percebeu que aquela era a sua vocação. Ele fazia parte da equipe do programa de visita a escolas, e foi falando de planetas e […]
Profissionais da área de ciências geralmente têm interesse em pesquisa. Mas quando começou a trabalhar com divulgação, ainda estagiário no Planetário do Rio, em 1991, o astrônomo Luís Guilherme Haun percebeu que aquela era a sua vocação. Ele fazia parte da equipe do programa de visita a escolas, e foi falando de planetas e galáxias para crianças que percebeu a importância de levar informação científica à população. Um trabalho que serviu de base para a publicação do livro “Manual prático do astrônomo mirim” e até hoje inspira esse profissional, um dos homenageados pelo Dia do Servidor, comemorado sexta-feira (28/10).
Haun frequentava o planetário de sua cidade e lá descobriu que, na época, o único curso superior de astronomia funcionava na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O jovem estudante prestou vestibular e arrumou as malas para uma viagem sem volta, rumo ao conhecimento. Depois do estágio, fez concurso em 1996 para o Planetário, foi aprovado e hoje se orgulha ao dizer que sempre trabalhou no mesmo lugar.
– Sempre tive interesse por ciência, astronomia. Na faculdade aprendemos mais sobre a questão física dos astros, tem mais pesquisa. Mas com o tempo a divulgação foi ficando mais palpável, entendi que precisava explicar como tudo isso que parece distante é aplicado no nosso dia a dia. Por exemplo, um foguete é lançado ao espaço, e por trás disso tem muita pesquisa que resulta em produtos usados por todos nós. As câmeras de celulares, por exemplo, foram pensadas inicialmente para pesquisas em astronomia – conta.
Para o astrônomo, é importante fazer esse trabalho que incentiva o pertencimento. O Planetário é um equipamento municipal que fica na Gávea, Zona Sul da cidade, mas está aberto e recebe a população de todos os cantos da cidade.
– Algumas pessoas acham que não vão entender o que mostramos no Planetário, mas não é verdade. Temos como falar de forma simples sobre assuntos que parecem complicados. Podemos explicar porque uma hora faz frio e depois está calor, por exemplo – diz o astrônomo, que também trabalha com a divulgação dos livros produzidos no Planetário.
Haun aproveita e convida a todos para uma visita ao Planetário do Rio, que nunca parou suas atividades, nem durante a pandemia:
– Ficamos de portas fechadas por causa dos protocolos sanitários, mas nunca paramos de produzir, tínhamos atividades, fizemos livros, textos, áudios. Quando reabrimos havia uma demanda reprimida, principalmente por parte das crianças. O Planetário é um diferencial dentro da cidade e a população precisa saber disso.