Líder operacional da Guarda Municipal do Rio chegou a ficar com 25% dos pulmões comprometidos

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Ele é um colecionador de troféus, títulos e homenagens. Nos ringues, já enfrentou todos os tipos de adversários. Acostumado a uma rotina de vitórias, Antônio Carlos Dias, de 58 anos, só não estava preparado para uma luta: contra o novo coronavírus.

Logo no início da pandemia, Antônio Carlos, que é líder operacional e integrante da Comissão Desportiva da GM-Rio (CDGM) foi afastado das atividades na Guarda Municipal, por ser do grupo de risco da Covid-19. Seguindo os protocolos de segurança, o servidor passou a trabalhar em home office e adotou todos os cuidados necessários para não ser contaminado. Em casa, apenas ele, a esposa e a filha. Tudo ia bem, até que uma visita inesperada, na primeira quinzena de maio, sem querer, levou o vírus para dentro da residência de Antônio. Ele conta que dias depois, apresentou os primeiros sintomas da doença.

“Depois que recebemos essa visita, que não estava nos nossos planos, eu comecei a tossir e a apresentar um quadro febril. Aqueles sintomas começaram a se agravar posteriormente, me levando a perder o paladar e o olfato”, afirma.

O diagnóstico de Covid-19 não foi dado na primeira consulta médica. O líder operacional chegou a procurar duas unidades particulares de saúde em busca de atendimento. E, somente após os exames de sangue e tomografia, ele descobriu o pior: o comprometimento de 25% das funções dos pulmões.

“Esse momento foi um dos mais difíceis. O lado emocional ficou bastante abalado quando percebi que os meus familiares estavam sofrendo por minha causa”, desabafou o servidor.

Com os hospitais cheios, os médicos decidiram dar alta a Antônio Carlos, que ainda estava em tratamento e precisava ficar isolado. Os cuidados em casa foram redobrados. A comunicação com a família só acontecia através de câmeras espalhadas na residência. A essa altura, o emocional estava tão abalado quanto o estado físico, e uma crise de ansiedade seguida de falta de ar provocou o retorno do servidor ao hospital.

“Naquele momento, eu achei que não retornaria vivo para casa em função dos sintomas que se apresentaram naquele instante”, conta.

Mas desistir é uma palavra que não cabe no vocabulário deste guarda municipal. Após uma bateria de exames, Antônio Carlos voltou para junto da esposa e da filha. E uma semana após o agravamento da doença, teve uma saborosa surpresa ao sentir do quarto o aroma do café que era preparado na cozinha. O campeão de kickboxing não pensou duas vezes.

“Corri até à cozinha para tomar uma xícara. Na hora, eu constatei que o paladar também havia retornado”, relembra.

E as boas notícias não pararam de chegar mesmo durante a pandemia. O grão-mestre de artes marciais recebeu várias homenagens internacionais por reconhecimento ao trabalho desenvolvido ao longo dos anos nos tatames e ringues. Entre elas, o título Doutor Honoris Causa da Universidade Albert Schweitzer, de Miami, e o prêmio Hall Of Honor 2020, da Organização Mundial de Policiais e Defesa Pessoal.

Recuperado da Covid-19, o líder operacional continua em home office. Sai de casa apenas em ocasiões pontuais. Em uma delas, constatou o enorme carinho dos colegas de trabalho. Apoio que, segundo ele, foi determinante na sua recuperação. No momento delicado em que o mundo tenta voltar ao normal, Antônio Carlos deixa uma mensagem de alerta no vídeo abaixo.




 

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