No Mês da Mulher, servidoras gêmeas falam dos desafios da participação feminina na área de obras

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Amor, respeito e lealdade são os alicerces que sustentam a união entre irmãos. Mas, em alguns casos, o trabalho pode exercer uma influência positiva nesse tipo de relação e fortalecer ainda mais os laços de família. É o caso das gêmeas Vivian e Viviane Araújo, funcionárias da Coordenadoria Geral de Obras da Secretaria de Infraestrutura.

As irmãs, de 31 anos, cresceram em Olaria, na Zona Norte da cidade, na casa de uma tia. Com 15 anos de idade,  mudaram-se para Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para viver com a mãe, mas pouco tempo depois retornaram para o bairro do subúrbio carioca. Nessa mesma época, concluíram o ensino médio e decidiram fazer um curso técnico em edificações.

– Todo mundo tem um parente que adora mexer com obras, e, na nossa família, nosso tio era uma dessas pessoas. Desde quando éramos pequenas, ele já nos colocava para fazer algumas coisas, como ajudar a revirar massa, assentar um tijolo. Aí, fomos pegando o jeito e gosto pela construção – explica Vivian, hoje formada em gestão pública.

Assistente na assessoria técnica da subsecretaria de Infraestrutura, ela auxilia na elaboração de estudos e relatórios técnicos das obras executadas pela pasta. Viviane, por sua vez, é engenheira civil, gerente na 2ª Gerência Executiva da CGO, em Jacarepaguá, e desempenha a função de fiscal de obras. Ambas se formaram no mesmo ano, em 2019, e se tornaram servidoras públicas em 2012 e 2013, respectivamente.

– Outro dia estava explicando para o motorista que nos acompanha nas vistorias que a rotina é tão corrida que, às vezes, os trabalhos do escritório acumulam. Tem dias que a gente sai de uma obra e vai direto para outra – revela Viviane.

O ritmo de trabalho é intenso, mas as irmãs já estão mais do que acostumadas com a correria do dia a dia. No entanto, se engana quem pensa que elas planejavam estudar e trabalhar juntas.

– Nunca. Colocávamos só a mesma relação de escolas. E aí, o que acontecia? Caíamos sempre na mesma turma. Foi assim também no curso de edificações. Eram duas turmas e concluímos juntas – lembra Vivian.

E a irmã Viviane complementa:

– É algo que só fortaleceu o nosso vínculo uma com a outra.

Questionada sobre como é trabalhar em um setor majoritariamente masculino, como é o de obras, a engenheira é direta: sente que ainda há resistência, principalmente quando o assunto são mulheres em posições de liderança.

– Por isso que é importante ver nossa subsecretária Jessick Trairi tão atuante e à frente de obras importantes. Isso, de certa forma, nos empodera – finaliza Viviane.

Já Vivian, que também é mãe, acredita que as mulheres têm uma qualidade que as torna únicas: a de desempenhar, bem, várias tarefas, ao mesmo tempo.

– Muitas vezes estamos atendendo uma ligação e passando um serviço para alguém, agendando uma reunião para o dia seguinte, vendo coisas de casa. Nós já nascemos com isso – afirma.

E completa:

– O que se vê é que o limite que se impõe é um limite de um sistema masculinizado. Mas nós, mulheres, podemos agregar muito mais.

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