Conheça o dono da voz que está nas principais competições esportivas do país

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Ele começou a narrar jogos de botão e corridas de tampinha de garrafa na infância. Na época, o menino, aos 8 anos de idade, era tímido demais para encarar uma plateia. Só arriscava as locuções quando estava sozinho. E foi assim, a sós, que essa paixão pela narração de eventos esportivos cresceu e virou ofício. O talento de Jonathan Machado, a essa altura, também já não cabia em tabuleiros. Bastou ele soltar a voz para se tornar um eclético locutor de várias modalidades de esporte.

“Já narrei futebol, basquete, vôlei, automobilismo, handebol, tênis e remo”, conta.

Há oito anos, Jonathan trabalha como assistente da Coordenadoria de Educação para o Trânsito, na CET-RIO. Segundo o servidor, conciliar as duas atividades profissionais não é tão difícil, já que ocorrem em turnos e dias diferentes, embora a missão seja cansativa.

“Como os eventos esportivos, em sua maioria, acontecem à noite ou em fins de semana, não tenho muita dificuldade pois não afetam meu trabalho na CET-RIO. A locução é uma paixão! Ela faz com que me sinta realizado. Quando começo a narrar, esqueço o mundo e qualquer problema. Não considero a locução um trabalho e sim um grande prazer”, afirma.

O narrador, de 32 anos, explica que um dos principais desafios da profissão de locutor é a necessidade de improvisação durante um evento. As partidas de tênis, por exemplo, não tem hora certa para acabar.

“Têm momentos em que acontecem imprevistos, como questões climáticas ou de energia, e temos que segurar uma transmissão por muito tempo no ar sem nada estar acontecendo. Às vezes, perdemos contato com nossos repórteres ou comentaristas e precisamos nos virar, sozinhos, para ter conteúdo”.

Outro desafio importante para os narradores esportivos é manter sempre a voz saudável. Nada de líquidos muito gelados principalmente na véspera de uma transmissão. O aquecimento vocal, cinco minutos antes de entrar numa partida, ao vivo, também é indispensável.

“O Conselho básico para quem quer ser locutor é praticar bastante. Só a prática faz com que você tenha condições de aprimoramento. Também é importante procurar cursos especializados na área e, claro, estar antenado a tudo que é do esporte”.

Durante a pandemia de Covid-19, muitos eventos foram suspensos no primeiro semestre. Assim como o trabalho presencial na Coordenadoria de Educação, que passou a ser realizado no esquema home office. E graças à tecnologia que não deixou o servidor inativo, algumas competições que já retornaram dentro do novo normal, também estão sendo feitas sem risco, diretamente de casa. A última narração foi dia 17 de setembro, na partida entre Flamengo e Independiente del Valle, pela Copa Libertadores da América.

“Uma experiência única e muita intensa a narração em TV”, destaca.

Jonathan, tão acostumado a uma rotina de adrenalina e velocidade, tira o pé do acelerador ao relacionar a doença à profissão de narrador esportivo. Para o jovem servidor, enquanto não houver uma vacina para combater esse temido adversário, o coronavírus, o futuro será de muitas incertezas longe do público, dos estádios e autódromos.

“Está sendo tenso. Essa geração da humanidade jamais passou por algo parecido na história”, finaliza.




 

Por causa da pandemia, as narrações esportivas são realizadas diretamente de casa.

 

 

 

 

Jonathan com o piloto Rubens Barrichello. Foto: arquivo pessoal.

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