O casal idoso sentado em um banco na orla sob coqueiros e o céu azul, na companhia de um cachorrinho, ganhou uma interpretação própria pelas lentes de Leandro Maravilha Bezerra. Para ele, o clique feito numa Copacabana vazia mostra que mesmo um lugar movimentado às vezes pode ser solitário (veja a imagem abaixo). E assim são as fotos desse arquiteto de formação, lotado na Secretaria Municipal de Transportes: elas retratam o cotidiano e ganham um significado. Na prática, fotografar é um exercício que ajuda Leandro a pensar fora da caixa.
Antes de chegar à Prefeitura, em 2013, o arquiteto já havia participado do restauro do palacete do Parque Lage e de projetos de grandes empreendimentos como o Hotel Glória e a Casa Daros, entre outras atividades. E em todos os trabalhos, sempre buscou tempo para lançar um olhar apurado para o que estava a sua volta.
Com essa história, seguimos com a série de cinco reportagens que estão sendo publicadas desde segunda-feira (25/10) no site da Prefeitura, em homenagem ao Dia do Servidor, comemorado quinta-feira (28/10). Até sexta (29/10) será divulgado um perfil por dia, contando como é a rotina de alguns desses profissionais dedicados ao município, que diariamente trabalham para melhorar a cidade e a vida dos cariocas.
Leandro acredita que a fotografia ajuda na sua produção na Coordenadoria de Modelagem e Tratamento de Dados da SMTR. Ele cuida, por exemplo, dos dados gerados pelo monitoramento de linhas de ônibus por GPS e que são usados para subsidiar o planejamento da mobilidade da cidade. Ter um hobby funciona como um alívio na rotina.
– Por causa da pandemia tenho circulado e fotografado menos. Mas encaro a fotografia como uma forma de comunicação. A arte ajuda você a buscar soluções fora de um padrão adotado. Ainda mais na administração pública, que envolve muita burocracia, é fundamental buscar a inovação. E isso não ocorre só pela fotografia, pode ser pela dança, pelo cinema – conta Leandro, que é autodidata. – Nunca fiz curso, mas tive a oportunidade de trabalhar com direção de arte, cenografia, e nesses locais eu observava muito, ia absorvendo e colocando em prática.
Para Leandro, foto é uma questão de observação:
– Às vezes tem um ângulo diferente, você faz uma composição. Tem um prédio, uma vegetação. Pode surgir uma foto de um emaranhado de fios. É como uma nova linguagem que você vai criando.
A seguir, fotografias feitas por Leandro: