Semana do Servidor: Calceteiro do município compara pedras portuguesas com diamante que precisa ser lapidado

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Calçadas de vias famosas da cidade, como as da Avenida Atlântica e do Boulevard Vinte e Oito de Setembro, já ganharam um toque das mãos de Gedião Jorge do Amaral Azevedo. Calceteiro da Prefeitura do Rio, é ele quem comanda os reparos nos calçamentos de pedra portuguesa da capital e, recentemente, ajudou na formação de 57 novos trabalhadores que, a partir de agora, vão poder contribuir para a manutenção deste símbolo carioca. Profissional concursado desde 1986, Gedião é um dos homenageados nesta semana pelo Dia do Servidor, comemorado nesta sexta-feira (28/10).

A história profissional desse calceteiro, de 59 anos, começou a ser desenhada ainda na adolescência, quando ele passou a acompanhar um irmão, que já tinha prática no ofício:

 

– Eu tinha 14 anos, morava em comunidade e meu irmão, que já era calceteiro da Prefeitura, não gostava de me deixar sozinho em casa. Nos fins de semana, ele sempre me levava quando ia fazer um bico. Foi assim que aprendi o trabalho e, com 21 anos, fiz meu concurso para o município. Meu irmão já faleceu e, hoje, ocupo o lugar que foi dele.

 

Gedião tem dois filhos, de 28 e 25 anos, e o mais velho também é calceteiro, formado pela turma mais recente, ministrada pelo pai. O município prepara mão de obra especializada para trabalhar em empresas terceirizadas, que prestam serviço ao município, e até na iniciativa privada. Durante o curso, ele não contou aos demais alunos que tinha um possível sucessor a caminho e deixou que o rapaz fosse avaliado por outro profissional. Mas Gedião garante que o jovem tem talento.

 

– Mantive o segredo e a distância para não acharem que tinha privilégio. O meu mais novo também é calceteiro, mas não quer atuar na área, é soldador. Essa é uma profissão que exige muito, é um trabalho dificílimo, você fica exposto ao sol muitas vezes.

 

Mesmo sendo uma atividade pesada, Gedeão lembra que trabalhar com pedras portuguesas é uma arte:

 

Gedião, em Copacabana – Fabio Motta / Prefeitura do Rio

 

– O calceteiro tem que  saber cortar as pedras, elas chegam brutas, grandes. São como diamantes, precisam ser lapidadas. É necessário fazer o desenho, manejar corretamente o martelo, usar equipamentos de segurança como luvas para não cortar as mãos, óculos.

 

Funcionário da Secretaria Municipal de Conservação, Gedião elege o calçadão da orla de Copacabana como o trabalho em pedra portuguesa mais inspirador na cidade. Mas ele também gosta muito das notas musicais que ilustram as calçadas do Boulevard, em Vila Isabel, e de um monumento na Avenida Beira Mar, com duas colunas revestidas de pedras, que descem até a calçada.

 

– A pedra portuguesa pode ser usada de muitas formas, para revestir paredes, decorar ambientes. Há mercado para o profissional – diz o calceteiro.

 

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