Semana do Servidor: Chefe de equipe na Subop conta como é encarar uma operação diferente a cada dia no ordenamento da cidade

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Demolição de construções irregulares, operação em ferros-velhos e lava-jatos clandestinos, ordenamento de trabalhadores informais e apoio a pessoas em situação de rua. Cada dia na vida profissional de Gabriela Gouvêa é uma experiência diferente. Desde 2019 integrando o time da Subsecretaria de Operações (Subop), da Secretaria de Ordem Pública (Seop), a servidora hoje atua como chefe de equipe e é uma das homenageadas nesta semana pelo Dia do Servidor, comemorado na sexta-feira (28/10).

Servidora da Prefeitura do Rio desde 2007, quando foi chamada para trabalhar na Guarda Municipal depois de ter passado no concurso em 2002, Gabi, como é conhecida pelos colegas de trabalho, começou no ordenamento do trânsito na cidade. Sem a possibilidade de andar a cavalo, uma paixão desde os 4 anos, Gabriela se interessou pelas motos. Com a ajuda da GM, tirou a carteira e passou a fazer patrulhas e atender chamados do serviço 1746.

Em 2010, fez curso de batedora do Exército. Eram 26 inscritos e somente ela de mulher. Foi aprovada e passou a fazer escoltas em diversos eventos como Rock in Rio, Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos Rio 2016, além de escoltar chefes de estado. Até que, em 2019, quando atuava no Grupamento de Operações Especiais (GOE), da GM, foi chamada para trabalhar na Seop.

 

– Estavam precisando de pessoas para essa parte operacional na cidade. E eu sempre achei que isso era a minha cara. Mas no começo foi assustador fazer todo esse trabalho de organização, essas diversas operações. Mas sou muito versátil, em qualquer situação procuro fazer o melhor possível – afirmou Gabi, que está com 48 anos e, atualmente, com o curso de Direito trancado na faculdade.

 

Na Subop, ela atua como chefe de equipe, comandando mais três pessoas. Normalmente, Gabriela só recebe os detalhes das operações no dia da realização. A servidora fica responsável por coordenar sua equipe e a integração com os demais órgãos que estarão envolvidos na ação.

 

– Fico muito ligada ao subsecretário e ao secretário. Depois que as demandas são divididas entre as equipes, partimos para o ponto de encontro com os demais órgãos envolvidos. As operações, normalmente, ocorrem bem cedo por uma estratégia de atuação – disse Gabi.

 

E a cada dia ela e sua equipe encaram as mais diferentes operações, podendo ser bem cedo no caso demolições de construções irregulares, ou até mesmo na madrugada para ajudar pessoas em situação de rua.

 

– Nós somos os olhos da Prefeitura nas ruas da cidade. Derrubamos construções em área de proteção ambiental, na calçada, em terreno ocupado ilegalmente. E isso não necessariamente construído por milicianos ou traficantes. Nos ferros-velhos, costumo dizer que fazemos uma caça ao tesouro, pois exploramos todos os cantos em busca de material roubado. Mas o que mexe muito comigo é o acolhimento de pessoas na rua. Faço parte de um moto clube que realiza ações sociais. Ajudar essas pessoas a voltarem para sua cidade de origem depois de terem sido enganadas com promessas de emprego ou levar para abrigos é muito gratificante.

 

Nesse dia a dia de operações distintas, Gabi conta que os agentes da Seop são amados e odiados o tempo todo. Isso porque, em casos como o ordenamento dos trabalhadores informais, a imposição de regras e organização nem sempre são bem recebidas.

 

– Eu procuro numa tratar mal a pessoa. Fico triste quando me xingam, gritam comigo e até me ameaçam de morte. Sei que é um trabalho chato para algumas pessoas, mas é para o bem da cidade. O ordenamento é para que, no fim, todos se sintam bem. Ficamos muito felizes quando realizamos uma fiscalização e todo mundo está em situação regular. Eu quero ajudar e não ser considerada uma carrasca na rua.

 

 

E o que ajuda muito a servidora a enfrentar esses momentos é o esporte. Praticante de bodyboard desde os 10 anos, inclusive tendo disputado e ganhado campeonatos, Gabi considera que, ser atleta, alivia o estresse do seu dia a dia no trabalho.

 

– Vou pegar uma onda e zero tudo. Já competi muito, chegaram a dizer que eu era a guarda surfista. Viajei para algumas cidades do Brasil e cheguei a competir em Portugal uns dez anos atrás com autorização do prefeito Eduardo Paes. Atualmente, só tenho ido a competições como convidada, na categoria máster, e dou aulas para crianças.

 

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