Semana do Servidor: Músico da Banda da Guarda Municipal pedala até 1.200 quilômetros em super prova de ciclismo

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Formado em percussão pela UFRJ, Márcio Romano Ianelli se profissionalizou numa área apontada só como hobby por muitas pessoas. Mas para ele, que tem passagens pelo Teatro Municipal, pela Orquestra Sinfônica Nacional e há 21 anos dá expediente na Banda da Guarda Municipal do Rio, a música é seu trabalho. Para os momentos de lazer, ele mantém outra atividade: o ciclismo de longa distância. Sentando em uma bicicleta especial, reclinada, este servidor público já fez percurso de 1.200 quilômetros na França, com duração de quase 90 horas. Uma prova que não rende títulos, mas faz os participantes superarem seus próprios limites.

 

– Eu toco desde os 15 anos, as baquetas são instrumentos de trabalho. Mas sempre gostei de esportes, peguei onda quando era garoto. Em 2009 comprei uma bicicleta e passei a ir para a Guarda pedalando. Nessa época conheci um violinista que comentou sobre as provas de longa distância e achei legal.

 

Para participar dessa modalidade de ciclismo, conhecida como randonnée, o interessado (randonneurs) precisa completar provas, também chamadas de brevet, de 200, 300, 400 e 600 quilômetros, nesta sequência, para só então se inscrever no percurso Paris-Brest-Paris, de 1.200 quilômetros. Ele só acontece de quatro em quatro anos. Em 2015, Márcio fez o trajeto em 88 horas e 90 minutos. O limite são 90 horas.

 

– Em 2019 tive problema no joelho, não pude treinar. Você é obrigado a cumprir as quatro provas classificatórias no ano do super randonnée. Estou pensando em fazer em 2023 – conta o músico-atleta, que explica mais sobre o brevet francês: – A prova não tem classificação. Você precisa fazer o trajeto em 90 horas e seguir algumas regras. O ciclista recebe um passaporte que precisa ser carimbado em postos ao longo do percurso. Se não faz isso é desclassificado. E esses postos fecham em alguns horários, então tem que estar atento para não se atrasar. É possível descansar nesses locais. Eu, por exemplo, gosto de arrancar nas primeiras horas, ficar junto ao primeiro pelotão, para ganhar tempo e poder compensar caso precise parar e fazer algum reparo na bicicleta, ou reduzir durante uma chuva. Tem que ter estratégia.

 

A bicicleta reclinada de Márcio é preparada para aguentar firme nas provas. Ele acredita que a dele seja a única feita de modo artesanal, por um designer, numa serralheria em Pedra de Guaratiba:

 

– Ela é totalmente caseira, feita em fundo de garagem.

 

Márcio faz parte da equipe esportiva da Guarda Municipal e, por isso, tem incentivos para participar de provas. Quando foi à França, teve o ponto liberado por oito dias.

 

– Essas provas são muito importantes. As classificatórias faço no Brasil mesmo. Mas na super você tem a oportunidade de conhecer gente do mundo todo, vai conversando com as pessoas ao longo do percurso.

 

Com a história do músico e ciclista Márcio Romano Ianelli chega ao fim a série de cinco reportagens em homenagem ao Dia do Servidor, comemorado nesta quinta-feira (28/10). Durante toda a semana foram publicados perfis narrando a rotina de alguns desses profissionais dedicados ao município, que diariamente trabalham para melhorar a cidade e a vida dos cariocas.

 

 

As medalhas de Márcio Romano Ianelli – Marcelo Piu / Prefeitura do Rio

 

Márcio Romano Ianelli, músico da Banda da GM e ciclista - Marcelo Piu / Prefeitura do Rio

 

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