Com mais de 25 anos dedicados à Guarda Municipal do Rio, a líder operacional Ivone da Silva dos Santos, de 57 anos, sempre teve em mente o que queria: atuar no trânsito. Foi com este pensamento que prestou concurso para a instituição em 1995, ingressando em fevereiro do ano seguinte. Após dois anos no Grupamento de Ronda Escolar (GRE), ela passou a fiscalizar e ordenar as ruas da cidade, no Grupamento Especial de Trânsito (GET), onde está há mais de duas décadas trabalhando e recebendo premiações internas, resultado do seu bom desempenho.
Ivone trabalha na Zona Oeste do Rio, que tem bairros com grande fluxo de veículos, como Campo Grande e Jacarepaguá, além da orla da Barra da Tijuca, do Recreio dos Bandeirantes, de Grumari e da Prainha, que recebem muitos banhistas nos fins de semana. A orientação de motoristas e pedestres, a promoção da fluidez do trânsito e a fiscalização de estacionamento irregular estão entre as principais atividades exercidas. Além do gosto pela atuação no trânsito, Ivone chegou à Guarda com a ideia de se tornar um exemplo para os colegas de trabalho.
– Sempre gostei da dinâmica do trânsito e da autonomia que tínhamos para executar esta função. Quando estou uniformizada, procuro fazer o meu melhor, seja qual for a situação. Trabalho com entusiasmo porque amo o que faço e, quando a gente pensa desta maneira, conseguimos influenciar quem está a nossa volta – afirmou a líder operacional.
Todos esses anos de amor e dedicação ao serviço renderam para Ivone diversas homenagens na instituição, entre elas a “Medalha Marechal Zenóbio da Costa”, em 2014, uma das maiores comendas da GM-Rio, concedida em reconhecimento a personalidades que contribuíram para o crescimento da corporação, e a premiação “Mulheres Extraordinárias”, em 2018, oferecida a autoridades e personalidades femininas pelos serviços relevantes prestados à sociedade e também à instituição.
Por causa da pandemia, desde o ano passado Ivone teve que se adaptar a uma nova rotina. Nas ruas, assumiu mais atribuições, como fazer bloqueios viários e orientar a população sobre as medidas sanitárias. Em casa, precisou enfrentar os desafios da Covid-19 ao ter o marido, que também é guarda municipal, internado devido à doença:
– Desde o início da pandemia enfrentamos dificuldades porque uma parcela da população não aceitava as medidas restritivas. Estamos na linha de frente, na execução das ações, e isso sempre foi uma fonte de preocupação. Meu marido era do grupo de risco, estava afastado do serviço e, mesmo tomando todos os cuidados, acabou pegando essa doença. Ele ficou 12 dias internado no CTI entre a vida e a morte. Foi um período muito difícil para toda a família, pelos momentos de apreensão e ansiedade. Graças a Deus ele está bem, em casa. E eu sigo nas ruas atuando e levando positividade e confiança para a população e meus colegas de trabalho – afirmou a líder Ivone, que tem uma filha e oito netos.
Entre as várias ocorrências que atuou ao longo dos anos, Ivone recorda de uma que aconteceu na Avenida Nelson Cardoso, na Taquara, quando uma mulher sofreu uma queda na rua. Ela prestou os primeiros socorros e, em seguida, conduziu a vítima até uma unidade de saúde próxima, onde recebeu atendimento necessário.