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Esta terça-feira (30/03), tradicionalmente, seria um dia de muito trabalho para Ricardo Severino, que há quatro anos é o maestro da Banda Sinfônica da Guarda Municipal (GM-Rio). É aniversário da instituição, que completa 28 anos, mas dessa vez não haverá celebração, em cumprimento às medidas restritivas de combate à Covid-19. O regente, que já […]
Esta terça-feira (30/03), tradicionalmente, seria um dia de muito trabalho para Ricardo Severino, que há quatro anos é o maestro da Banda Sinfônica da Guarda Municipal (GM-Rio). É aniversário da instituição, que completa 28 anos, mas dessa vez não haverá celebração, em cumprimento às medidas restritivas de combate à Covid-19. O regente, que já tinha se preparado para uma apresentação especial de aniversário, concorda que o momento não é de comemorações.
– Agora é o momento de parar, a pandemia está numa fase muito crítica. Temos que nos cuidar, porque eu tenho certeza que logo tudo isso vai passar e a banda vai para a rua novamente – afirma o maestro, lembrando que a banda costumava fazer 20 apresentações por mês em praças, escolas e eventos da Prefeitura, entre outros.
Formado em regência pela UFRJ, Ricardo Severino é o primeiro maestro cria da casa, que é guarda municipal de carreira. O gosto pela música está no sangue. A mãe foi regente do coral da igreja que a família frequentava. E ela ainda tocava saxofone. Com 8 anos, o maestro começou a participar do coral do templo religioso e fez um curso de musicalização infantil. Como sempre teve um porte físico acima da média, foi escolhido para aprender a tocar tuba, instrumento que pesa cerca de 10 quilos.
– Um regente tem que tocar, pelo menos, três instrumentos. Então, eu também me arrisco no trombone e no piano. O músico gosta de se apresentar para o público, é uma troca de energia. A música é um grande remédio – diz o maestro, do alto dos seus 1,87m e 140kg, e que por isso mesmo é carinhosamente chamado de Jarrão.
Por uma grande coincidência, o regente da Banda da GM já tocou com a nova formação da Orquestra Tabajara, convidado pelos filhos de um outro Severino famoso, o maestro Severino Araújo, já falecido.
No ano passado, já impedido de fazer apresentações em eventos por causa da pandemia, o maestro Ricardo Severino levou uma pequena parte da Banda da GM para tocar na entrada de condomínios, sendo acompanhado pelos moradores das janelas de seus apartamentos. Batizado de Abraço Musical, o projeto percorreu toda a cidade tocando em bairros como Méier, Copacabana, Botafogo, Campo Grande e Bangu. Os músicos também fizeram várias lives nas redes sociais da Guarda Municipal.
História da Banda da GM
A Banda Sinfônica da GM foi criada em dezembro de 1993 com músicos da antiga Banda Civil da Cidade do Rio de Janeiro. Hoje, com cerca de 40 integrantes, está presente nos mais variados eventos da cidade e até em outros municípios. Além de apresentações em solenidades oficiais da Prefeitura do Rio, já tocou em desfiles militares, escolas, igrejas, hospitais, praças públicas. No currículo tem ainda recepções a governantes estrangeiros e concertos realizados no Theatro Municipal, Sala Cecília Meirelles, Forte de Copacabana e na Escola de Música da UFRJ.
A Banda Sinfônica da GM, por enquanto, está silenciada. Mas o maestro promete novidades quando acabar a pandemia da Covid-19. Nos planos dele, está a transformação da banda em orquestra e também a criação de um coral.
– Meu sonho é trazer músicos de cordas (violino e viola) para fazer uma bonita orquestra. Também quero montar um coro de vozes, o povo se identifica muito com os cantores. Mas para isso é preciso ter concurso público. Pretendo levar essa proposta ao comando da Guarda Municipal – conta Ricardo Severino.