Mãe de duas jovens de 20 e 25 anos, Rita Loures costumava se despedir carinhosamente das meninas quando elas eram pequenas, sempre antes de sair de casa para mais um dia de trabalho e estudo. Na época, fazia mestrado em engenharia de transporte e, como ficava muitas horas longe da família, certa vez ouviu da filha mais velha: “Mamãe, quando você vai ter mais tempo para nós?”. A pergunta bateu forte na engenheira civil, também formada em estatística, que preferiu adiar os planos de cursar doutorado. Mas Rita, de 54 anos, segue firme como gerente de controle de qualidade das quatro usinas de asfalto da Prefeitura (Caju, Jacarepaguá, Santa Cruz e Campo Grande), num trabalho que envolve ciência e técnica. A história dela encerra uma semana de homenagens ao Dia Internacional da Mulher, comemorado terça-feira (08/03). Durante sete dias foram publicadas reportagens sobre servidoras que fazem a cidade acontecer.
– Minha filha menor tinha 6 anos na época da minha especialização. Hoje ela faz faculdade de química. Elas olham para mim como exemplo, como a guerreira que foi adiante. Cresceram comigo trabalhando e estudando – conta Rita, que afirma não ter sido fácil construir carreira numa área que tem vagas ocupadas predominantemente por homens. – É um desafio vivido todos os dias, ter que provar o tempo todo que está preparada. Tive um coordenador que foi meu incentivador. Ele dizia para eu fazer o mestrado, me especializar, ter títulos, para comprovar que eu era capaz.
Atenta aos conselhos, Rita estudou e conquistou a vaga de gerente. Mas sua história com usinas de asfalto começou ainda na juventude, durante o curso técnico em química, como estagiária da extinta unidade da Francisco Bicalho. Servidora há 34 anos, há 9 é ela quem cuida do controle de qualidade do material usado na pavimentação da cidade.
Para que a qualidade final seja a melhor possível, o controle começa desde a chegada do material bruto às usinas, como pó de pedra e britas 0 e 1, também chamados de agregados. Tudo passa por teste em laboratório, e o que não recebe certificação volta para o fornecedor. Esses produtos são usados, por exemplo, para fazer o cimento asfáltico do petróleo e a emulsão asfáltica, mais conhecida como piche.
– Tudo tem que ser testado, produzimos material para várias finalidades, como serviço de recapeamento e tapa buraco. Esse cuidado é necessário porque o pavimento é uma estrutura feita para gerar conforto e segurança para os usuários.
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