ESPAÇO DO SERVIDOR

  Segue o fluxo! Garçom mais antigo da Prefeitura, Gyleno dos Santos, de 83 anos, costuma usar esta expressão em suas postagens nas redes sociais. Nesta terça-feira (16/02), ele deu seguimento às medidas de proteção à vida ao tomar a primeira dose da vacina contra a Covid-19. E não escondeu a emoção ao lembrar que, daqui a um mês, estará imunizado de vez contra a doença. – Quero fazer um agradecimento especial à ciência. Que bom que a população começa a se vacinar, daqui a pouco estaremos todos livres dessa doença. Estou muito ansioso para voltar a trabalhar, rever meus amigos – disse Seu Gyleno, que está afastado de suas funções na Prefeitura desde o início da pandemia, em março do ano passado. Por coincidência, o garçom mais querido do Centro Administrativo São Sebastião (Cass) tomou a vacina num dia de Carnaval. Logo ele, que trabalha na Marquês de Sapucaí desde a sua inauguração, em 1984, dois anos depois de ter ingressado no serviço público municipal. Professor de dança de salão, Seu Gyleno criou o grupo “Nó da Dança” e não vê a hora de voltar a riscar, com seu bailado, o chão do ginásio do Clube do Servidor, na Cidade Nova, onde tradicionalmente promovia um baile uma vez por mês, sempre às sextas-feiras. – O trabalho e a dança me fazem muito feliz. Na volta à Prefeitura, vou conversar com eles para retomar as aulas de dança de salão, duas vezes por semana, no Clube do Servidor. Logicamente, depois que todos estiverem vacinados e tomando todos os cuidados. No início do ano, o prefeito Eduardo Paes registrou nas redes sociais a visita que recebeu de seu Gyleno, na Prefeitura. – Grande seu Gyleno. Passou por todos os prefeitos. Provisioriamente em casa esperando a vacina chegar! Já já estará conosco aqui – escreveu. Além de trabalhar no gabinete do prefeito, outro orgulho do garçom foi já ter servido à princesa Diana e ao príncipe Charles, em cerimônia no Palácio da Cidade, outra das sedes da Prefeitura. Cidadão Honorário Carioca, ele já foi homenageado com as medalhas Pedro Ernesto e Rio 450, esta última por ocasião das comemorações dos 450 anos da cidade do Rio. Com a vacina no braço, a bandeja na mão e muita ginga no pé, Seu Gyleno pretende seguir o fluxo e continuar sua jornada na Prefeitura por muito tempo ainda.       Saiba mais: Baile da Primavera, com homenagem aos 82 anos do garçom mais antigo da Prefeitura, vai animar Clube dos Servidores        
“O surdo está mudo, o carnaval foi parar no divã, mas tudo vai melhorar”. A resiliência, marca dos textos do guarda municipal Wagner Xavier, está presente na homenagem feita por ele aos profissionais do samba, atingidos pelo cancelamento do carnaval deste ano, devido à Covid-19. Como diz acima, nestes fragmentos da poesia “Fevereiro chegou”, a folia terá que ser silenciosa desta vez, mas com a chegada da vacina à cidade, tudo vai ficar bem. – Não ignoro os problemas da vida, mas sempre concluo meus textos lembrando que para tudo há solução – explica Xavier, também conhecido como Guarda Poeta. Para fazer valer o simpático apelido, ele não parou de produzir mesmo durante a pandemia: – Escrevo quase todos os dias, pelo menos três ou quatro vezes por semana. Os médicos e até a vacina, por exemplo, já foram lembrados em textos pelo guarda. Os homenageados da vez são os trabalhadores do samba. – Eu, particularmente, não acompanho a folia. Mas sou um admirador da arte carnavalesca. É um teatro a céu aberto, que passa diante do povo. Por ser hipertenso e fazer parte do grupo de risco, Xavier está afastado das ruas preventivamente e, desde março passado, trabalha em home office, atuando remotamente como líder operacional de uma equipe em Paquetá. Fora do expediente, ele se dedica à escrita e à possibilidade de levar conforto para quem precisa e para ele mesmo, que acredita no sucesso da vacinação e nas possibilidades que ela dará à população, tão afetada pela pandemia: – A expectativa é que vacina não só cure a dor, mas seja uma dose de amor, de solidariedade, de amor ao próximo. Que possamos nos vacinar com amor também, carinho. Que venha a vacina para curar a dor, mas que também venha a vacina para nos encher de amor. Este ano, Xavier completa 30 anos na Guarda Municipal. Desde 2016 ele atua em Paquetá, onde costuma exercitar sua paixão pelas letras, em parcerias com artistas e escolas da ilha. Em 2019, ele foi homenageado no quadro “Você tem que conhecer”, do programa Encontro com Fátima Bernardes, da TV Globo. O quadro mostra depoimentos sobre pessoas que ajudam a promover mudanças e a melhorar a vida de outros por meio de suas ações. Na 1ª Bienal Literária de Taubaté, em São Paulo, realizada em agosto de 2019, o poema “Flores”, de Wagner Xavier, ficou classificado em 9º lugar, tendo recebido, na ocasião, o prêmio “Honra Verônica Marcílio”. O guarda também foi um dos classificados do I Concurso Literário Nacional “Guarda Municipal em Versos”, promovido pelo Observatório de Segurança Pública Municipal (ObservaGCM), em novembro de 2019, com a participação de 33 autores, sendo 25 deles guardas municipais. No ano passado, o poeta teve três poesias selecionadas para serem publicadas no livro “Guarda Municipal em Versos”, que teve o lançamento no auditório da Assembleia Legislativa do Ceará. A seguir, a poesia em homenagem aos profissionais do samba:   FEVEREIRO CHEGOU 01/02/2021 Wagner Xavier de Melo Chegou fevereiro, Sem serpentina, Almejamos insumos, Queremos vacina. O surdo está mudo, Nesse mundo tantã, Sapucaí vazia, Carnaval no divã. Fevereiro chegou, Sem batuque ou desfile, Se segura malandro, Fique em casa e resiste. Tudo vai melhorar, Quando a cura chegar, Mestre sala e passista, Na avenida sambar. Instagram: wagner.melo.poesia
  Nildo Muniz nem estranha mais a expressão de surpresa das pessoas quando diz que é guarda municipal e bailarino. Servidor há 25 anos, ele se orgulha de ter conseguido conciliar sua função na GM com a dança, paixão de sua vida há mais de 35 anos. Ao conduzir as duas profissões lado a lado com maestria, ele ainda realizou um sonho: a criação da Companhia de Ballet Nildo Muniz, que funciona no Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande, e já mudou a trajetória de crianças e jovens da região. – Dou aula de balé, gratuita, há 14 anos no Miécimo. Tenho cerca de 300 alunos e uma equipe de alto rendimento com 54. Sinto muito orgulho por ter descoberto tantos talentos. Um dos meus alunos, Nico, está no Royal Ballet School, na Inglaterra. Tenho outras alunas que estão fora, na China, nos EUA. E têm as que eu chamo de prata da casa: as meninas que começaram comigo, aos 10 anos, e que, hoje, aos 20, são profissionais e professoras do Centro Esportivo – conta Muniz, emocionado, ao se referir a Mariana Braga, Luana Aguiar e Larissa Quarterole. A dedicação aos pupilos é tão grande que o professor, formado em Educação Física e pós graduado em dança, investe do próprio bolso para vê-los brilharem, já que tem pouca ajuda. Já foi capaz de usar seu FGTS para cobrir despesas da companhia. – Com meu dinheiro de guarda municipal, uniformizei a equipe, comprei linóleo, que é um piso apropriado para dançar e fazer aula, barra móvel, figurinos. Não tenho verba. Além disso, tenho tudo que as meninas precisam desde higiene pessoal a acessórios – conta Muniz, que dá expediente diário no Centro Esportivo, de 8h às 17h, e só depois treina a equipe de alto rendimento até às 20h. – Para entrar pra equipe tem que conquistar o uniforme. Eles não pagam, eu é que dou. Tenho turmas infantil (8 a 12 anos), infanto-juvenil (12 a 14 anos), juvenil (14 a 18) e adulto (18 para cima) também na equipe. Apesar de distintas, as profissões têm em comum a disciplina, tão bem conhecida por Muniz mesmo antes de entrar na dança. – Fui cabo paraquedista por seis anos. Quando estava entrando para o Exército, fui assistir a uma apresentação de jazz da minha irmã e fiquei encantado. E comecei a fazer aula. Desde essa época, já conciliava a dança com o quartel. Era uma loucura. Porque saía correndo para ter aulas na escola de dança Maria Olenewa, do Theatro Municipal, e na Carlota Portella. Já cheguei a ir fardado, por não ter dado tempo de trocar de roupa – relembrou o bailarino, que durante dois anos, foi do corpo de baile do Theatro Municipal. Almejando novos ares, Muniz conta que queria trabalhar viajando. Então, fez uma audição para fazer show brasileiro em um navio. – Ele fazia a rota Caribe e me apresentei por seis meses. Depois, fui para outro que fazia Porto Rico, onde dancei por três meses. Foi uma experiência enriquecedora. A inscrição para prova da Guarda Municipal aconteceu após chegar de uma turnê nos Estados Unidos. O professor se diverte ao lembrar que estava há pouco tempo na instituição quando recebeu um convite irrecusável. – Tinha entrado na GM há três meses quando Claudia Raia me chamou para fazer um trabalho com ela. Era o programa na TV ‘Não fuja da Raia’. Mais uma vez correria para conciliar os ensaios com o trabalho da guarda. Eu tive muita sorte. Até na Brigada Paraquedista. Todos os meus superiores me liberaram para aulas, ensaios. E sou muito respeitado dentro da Guarda Municipal. Vários colegas acompanham meu trabalho, em eventos, faço apresentações com meus alunos. Nunca tive problema nenhum em conciliar essas duas vertentes da minha vida – afirmou Muniz, que não faz mais trabalho de patrulha, estando totalmente imbuído em seu trabalho no projeto social. – Mas minha farda está sempre pronta para qualquer eventualidade – garantiu Muniz.
Um dos servidores municipais mais idosos, o jornalista Idalício de Oliveira, de 93 anos,  tomou a vacina contra a Covid-19, nesta quinta-feira (04/02), no Centro Municipal de Saúde Maria Augusta Estrella, em Vila Isabel. Bem disposto, ele saiu cedo de casa e fez questão de estar entre os primeiros a serem imunizados em sua faixa etária, de acordo com o calendário de vacinação divulgado pela Prefeitura do Rio.   Curioso, o jornalista quis saber qual vacina tinha tomado. A enfermeira informou que foi a Oxford/AstraZeneca e que daqui a três meses ele terá que voltar ao posto para receber a segunda dose. O servidor ficou visivelmente emocionado após ser  imunizado. – A solução para acabar com essa pandemia é vacinação, vacinação, vacinação. Vai ser a vitória definitiva sobre o coronavírus. É uma emoção muito grande, faço uma exortação aos idosos, que não deixem de se vacinar  – convocou Seu Idalício, como é chamado carinhosamente pelos companheiros de trabalho.     O jornalista está, desde março do ano passado, afastado de suas funções por conta da pandemia. Mas não se esquece da rotina, em que sempre madrugou na sede da Prefeitura, sendo o primeiro a chegar à redação. Uma de suas funções é ler o Diário Oficial e “garimpar” as notícias mais relevantes, que depois sempre viram reportagens não só no próprio site da Prefeitura quanto nos principais veículos de imprensa. Páginas e páginas são escritas em sua inseparável máquina de escrever Remington 100. Seu idalício já atuou como mestre de cerimônias nos principais eventos nas sedes da Prefeitura – Cass e Palácio da Cidade – e também em solenidades externas, como o lançamento da pedra fundamental do Museu do Amanhã. Ele lembra que, na gestão passada de Eduardo Paes, entre 2009 e 2016, o prefeito costumava fazer uma brincadeira.   – Ele chegava nos eventos dizendo para todo mundo que eu divulguei as obras do Pereira Passos. Poxa, ele (Pereira Passos) foi prefeito no início do século XX e eu só nasci em 1928 – conta, resignado.   Seu Idalício ingressou na Prefeitura em 1977, no governo Marcos Tamoio, o primeiro prefeito do Rio após a fusão da Guanabara com o antigo Estado do Rio de Janeiro. O servidor faz questão de enfatizar que já trabalhou  em 14 administrações, com dez prefeitos diferentes, contando as reeleições. Assim, ele testemunhou os momentos mais marcantes da história do município. Antes de virar servidor municipal, o  jornalista passou pelos mais importantes veículos de comunicação, entre eles Correio da Manhã, Diário de Notícias, Última Hora, Rádio Roquete Pinto e jornal O Globo. Em 2015, foi condecorado, merecidamente, com a Medalha 1º de Março, por ser considerado um cidadão “carioquíssimo”. Em 2019, no dia do Servidor Público (28 de outubro), Seu Idalício foi homenageado com  uma  placa que dá o seu nome a uma das salas da Assessoria de Comunicação da Prefeitura.  
“Trabalhar durante a pandemia tem sido um desafio diário em relação ao desenvolvimento de atividades que incentivem os alunos a terem prazer de realizá-las, visto que, a aula presencial tem toda uma dinâmica de grupo. Trabalho com o 3º ano do fundamental, na Escola Municipal Guatemala. Uso o Teams enviando vídeos explicativos dos conteúdos (dentro do possível, que sejam alegres e divertidos) e as atividades referentes a estes conteúdos. Três a quatro dias após, mando o gabarito com as explicações. Todo esse material, envio também para o grupo de responsáveis da turma no WhatsApp, porque a maioria dos alunos não acessa o Teams. Mantenho contato de conversa através do chat e postagens pelo Teams e WhatsApp. Criei um portfólio no Sway onde coloco minhas ações e conteúdos dados durante a pandemia e enviei para a direção da escola. Esse portfólio atualizo periodicamente.”
“A covid-19 foi a pior experiência que tive em 33 anos de saúde pública. A grande maioria foi afastada por comorbidades. Cheguei ao estresse e fui afastada pela psiquiatria, já que faço tratamento. Porém, continuei tendo todos os cuidados necessários e chorando por cada vitima. Graças a Deus, já voltei e estou bem, trabalhando e cumprindo o dever que DEUS me deu. Louvado seja o SENHOR JESUS!”

Outras notícias...